O Brasil, a 8º economia do mundo, com um PIB de 1,9 trilhões de dólares, teve sua nota rebaixada recentemente por varias agências. A Moody's por exemplo, rebaixou a nota do Brasil em dois degraus na última semana, levando o País de Baa3 para Ba2 justificando que a dívida do governo continuará aumentando durante 2016-2018 e provavelmente excederá 80% antes de se estabilizar. Por conta disso, a NCH consultoria diz que se o Brasil continuar nesse caminho, poderemos falar de um default soberano em 2017.
Se continuar esta crise política e este desarranjo econômico, nosso país em pouco tempo, não conseguirá honrar suas dividas, podendo ocorrer o famoso Calote.
Muitos economistas tem destacado a tendência de forte alta da dívida pública. De uma relação de 53,8% da dívida pública bruta em relação ao PIB em dezembro de 2012 para uma relação de 66,2% em dezembro do ano passado.
A dívida do Brasil vem crescendo quase 15 pontos do PIB em apenas 24 meses (de 51,7% em dezembro de 2013 para os 66,2% no final de 2015). E, dificilmente dá para se acreditar que a dívida vai continuar neste patamar. As projeções de mercado já apontam para estimativas que vão de 80% a 90% do PIB.
A dívida do Brasil está ficando insustentável, há uma percepção crescente entre os investidores locais e entre os analistas de que o Brasil está em uma trajetória que acabaria levando à insolvência financeira a médio prazo.
Se o atual governo não corrigir este problema, o calote até pode acontecer, mas a possibilidade de calote ainda é remota, uma vez que, antes de tal fato venha a se concretizar, há inúmeras possibilidade para se ganhar tempo.
Hoje 95% do estoque da dívida pública federal é em reais e apenas 5% em moeda estrangeira, uma vez que o Estado possui o monopólio da emissão de moeda, para evitar o calote, o governo imprime mais moedas, só que poderá gerar a temida Inflação.
Vários economistas, tem apoiado a ideia que o governo deve optar no curto prazo pelo caminho da inflação. Eles emitiriam mais dívida, imprimiriam dinheiro, mas não fariam um calote.
Uma inflação alta perto de 15% ao ano puxa o PIB nominal e dilui, temporariamente, a relação divida/PIB, só que quem sofre é os consumidores, pois tudo aumenta os preços e o dinheiro fica desvalorizado.
As autoridades terão que mostrar vontade ou força política para lidar com estes desafios crescentes. O tratamento do crescente desequilíbrio financeiro será muito difícil, isso porque a economia dificilmente pode tolerar uma carga fiscal mais elevada e o corte de gastos é difícil dada a rigidez da despesa corrente e há a falta de vontade política para reduzir o tamanho do setor público.
Para evitar o calote e também a inflação o governo tem ainda outra possibilidade, seria a venda de grandes ativos do governo ou seja a privatização de estatais.
O governo não está insolvente porque tem muito ativo para ser privatizado, se o País estiver em uma situação de escolher entre privatização e insolvência, que significaria ver fechadas as possibilidades de receber crédito do exterior, o Planalto acabaria escolhendo a primeira opção. Um cidadão que está insolvente porque perdeu o emprego ainda pode vender o carro ou algum dos seus imóveis, mesmo que se esgotem as suas opções de crédito no mercado e ele não consiga uma renegociação com seus credores. Com o governo é a mesma coisa.
Portanto de acordo com especialistas no assunto financeiro, os brasileiros podem se preparem para mais inflação e/ou mais carga tributária porque será impossível cortar as despesas de 4 a 5 pontos do PIB para voltarmos a ter superávit primário na casa de 3% do PIB até 2018/2019.
Com Informação : InfoMoney
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